A varíola dos macacos é uma doença infecciosa transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. A doença é transmitida de animais para pessoas. No entanto, é também possível a transmissão desse tipo de varíola de pessoa para pessoa por meio do contato com secreções respiratórias que são liberadas ao tossir ou falar.
A varíola dos macacos não é uma doença nova. Foi descoberta pela primeira vez em um macaco em 1958, o que levou à origem do nome. A primeira infecção em um ser humano foi descoberta em 1970 em uma criança pequena na República Democrática do Congo, no continente africano.
Segundo a médica infectologista Deborah Crespo, a disseminação da varíola dos macacos em diferentes países é preocupante, pois pode se tornar um problema de saúde pública mundial por uma série de fatores. Por isso, a medida mais eficaz para conter o avanço do vírus neste momento é manter alguns a prevenção. “É importante mantermos principalmente a higienização das mãos e o cuidado com roupas e utensílios em locais onde as pessoas foram diagnosticadas”, completou.
O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias após o contato, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Os principais sintomas são semelhantes a várias outras infecções, como febre, dores de cabeça e no corpo. Essa doença tem algo que chama atenção que é o aparecimento de lesões em forma de bolhas. Elas se iniciam no rosto e podem se espalhar por todo o corpo”, explicou.
Para a médica, a varíola dos macacos tem se mostrado uma doença com potencial infeccioso importante. Deborah ressalta que a possibilidade da infecção se propagar em outros Estados e chegar ao Pará é real. “A doença saiu da África, já temos pessoas infectadas na Europa e no continente Norte Americano, inclusive já chegou ao Brasil. Por isso, ressalto a importância da higiene pessoal e, se alguém tiver com sintomas suspeitos, é recomendável que a pessoa procure um serviço de saúde para que o diagnóstico de certeza seja estabelecido. Assim, vamos evitar a propagação do contágio de um número maior de pessoas”, concluiu.
Dados: O Ministério da Saúde confirmou 1.369 casos da varíola dos macacos no Brasil até esta 2ª feira (1º.ago.2022). Cerca de 75% dos infectados pela doença estão em São Paulo, são 1.031 registros no Estado. O 2º, 3º e 4º lugar no ranking são, respectivamente, Rio de Janeiro (169 casos), Minas Gerais (63) e Paraná (41).
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o Pará tem três casos suspeitos de varíola dos macacos. Os casos são dos municípios de Ananindeua, Parauapebas e Santarém. De acordo com a Sespa, até o momento ainda não há caso confirmado da doença no Estado.