Este é o mês dedicado à conscientização e ao incentivo à doação de órgãos – e o dia 27 de setembro reforça a importância do ato de doar órgãos, que pode salvar vidas. Milhares de pessoas aguardam, na fila de espera, todos os anos, dos quais a maior demanda é para transplante renal, seguida por córneas, fígado e rins.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Pará, Ierecê Miranda, salientou que, no Brasil, a retirada de órgãos só é efetuada mediante autorização familiar. Portanto, mesmo que alguém tenha expressado o desejo de ser doador em vida, a doação só ocorre se a família concordar. “O papel desempenhado pela família nesse contexto é de extrema importância. Basta falar para a família que quer ser doador de órgãos quando morrer. Mesmo assim, no Brasil é família que autoriza a doação dos órgãos de ente querido falecido”, ressaltou.
As doações de órgãos só acontecem após uma série de processos e protocolos de segurança, incluindo o diagnóstico de morte encefálica, a autorização familiar para doação, a avaliação dos órgãos de modo a afastar doenças infecciosas, além da realização de exames de compatibilidade com prováveis receptores.
De acordo com Ierecê, a morte encefálica é a perda definitiva e irreversível das funções do encéfalo. “É a morte cerebral, quando a morte do indivíduo é constada com a realização do diagnóstico de morte encefálica”, explicou.
Os órgãos que podem ser dados são: rins, coração, pulmão, fígado, pâncreas, ossos, córneas, pele e tendões. Todos podem ser doadores, com exceção das pessoas que foram a óbito e que apresentem infecção não controlada, HIV, Hepatite C, Doença de Chagas, Citomegalovírus e alguns tipos de câncer
Dados
No Pará são realizados apenas os transplantes de rim e de córnea. Neste ano, no período de janeiro a julho foram realizados 358 transplantes.
A Central Estadual de Transplantes coordena todos os processos de doação, captação e transplantes de órgãos e tecidos; cadastra junto ao Sistema Nacional de Transplantes equipes e estabelecimentos de saúde para realização de transplantes; monitora e supervisiona o Sistema de Lista de Espera, de acordo com a Legislação Federal, sendo que os registros e informações de todo o processo doação-transplante ocorrem on-line com o Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.