Saiba quais são as doenças mais prevalentes entre as mulheres

Publicado em: 08/03/2021
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Assunto: Saúde
Tempo de leitura: 5 minutos

Março é o mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o momento é oportuno para a abordagem sobre a saúde e prevenção das doenças mais prevalentes entre o público feminino. Sabemos que fatores hormônios femininos, genéticos e até ambientais contribuem para o desenvolvimento de determinadas doenças entre as mulheres. Lembrando que além das consultas ginecológicas, as mulheres também devem se atentar a outras especialidades, principalmente ao primeiro sinal que pode indicar outras doenças.

Câncer de mama: Câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. Responde, atualmente, por cerca de 28% dos casos novos de câncer em mulheres. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando menos de 1% do total de casos da doença. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma rápida, outros, não. A maioria dos casos tem bom prognóstico.

De acordo com a Coordenação Estadual de Atenção Oncológica, em 2019 foram diagnosticados 644 novos casos de câncer de mama no Pará. Em 2020 foram registrados 242 casos da doença, sendo que deve ser considerada a subnotificação causada pela pandemia de Covid-19.

Câncer do colo do útero: O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos). A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou ou Papanicolau), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica desse exame.

No Pará, este tipo de câncer é a primeira causa de óbito em mulheres, sendo maior a incidência entre as mulheres na faixa etária de 40 a 49 anos. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa pra 2021 é de 720 novos casos de câncer do colo uterino no Estado. O exame preventivo é a principal estratégia para detectar lesões precursoras do câncer e fazer o diagnóstico da doença e sua realização periódica permite reduzir a morbimortalidade pela doença. 

Fibromialgia

Presente em até 10% da população, englobando as mais diversas idades, sexos e etnias, a fibromialgia é uma doença que causa dor músculo-esquelética. Apesar disso, ela se manifesta sete vezes mais em mulheres do que em pacientes do sexo masculino.

A doença está associada diretamente aos quatro membros e tronco. Quase sempre está relacionada a transtornos adjacentes, como depressão, insônia, alterações reumatológicas, etc.

A fibromialgia é uma doença crônica, mas tratável. O tratamento é feito por meio de cuidados paliativos e individuais, tais como prática de exercícios físicos, fisioterapias, gerenciamento de estresse, entre outros. É possível viver com ótima qualidade de vida, mesmo sendo portador crônico da patologia.

Osteoporose

Osteoporose é definida como a perda acelerada de massa óssea, que ocorre durante o envelhecimento. Essa doença provoca a diminuição da absorção de minerais e de cálcio. Três em cada quatro pacientes são do sexo feminino. Afeta principalmente as mulheres que estão na fase pós-menopausa.

A fragilidade dos ossos nas mulheres é causada pela ausência do hormônio feminino, o estrogênio, que os tornam porosos como uma esponja. É a maior causa de fraturas e quedas em idosos. Os locais mais afetados por essa doença são a coluna, o punho e o colo do fêmur, sendo este último o mais perigoso. É considerada o segundo maior problema de saúde mundial, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares.

Depressão

Estudos apontam que o risco de depressão é entre 10% e 25% para mulheres. Enquanto isso, entre os homens, o índice fica entre 5% a 12%.  Uma soma de fatores sociais e também biológicos explica esses números, que vão de questões hormonais até a dupla jornada de trabalho para conciliar carreira e tarefas domésticas.

As causas exatas para a depressão em mulheres ainda não são conhecidas. Porém, alguns fatores de risco estão associados com o desenvolvimento do distúrbio. Entre eles, podem ser destacados: hereditariedade genética; alterações hormonais; estresse; efeitos adversos de medicamentos; presença de algumas doenças, como a distúrbios da tireoide; e pós-parto.

A ginecologista e obstetra Luciana Monteira elencou algumas das doenças ginecológicas que mais levam as pacientes ao consultório.

Endometriose: A endometriose é caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero, em locais como os intestinos, ovários, trompas de falópio ou bexiga. Os sintomas são variados desde assintomática em casos mais leves até dor intensa na menstruação. Dentre eles: dor nas relações sexuais, dor pélvica crônica, sendo importante causa de infertilidade.

Algumas vezes o diagnóstico pode ser tardio, sendo que a mulher somente procura o especialista com queixas de infertilidade.  O diagnóstico é feito baseado nos dados clínicos, com exames de ultrassom e ressonância magnética pélvica. A confirmação é por meio de biópsia. O tratamento é feito com anticoncepcionais,  hormônios , cirurgia nos casos de dor, além do tratamento de infertilidade.  

Infecção urinária: A infecção urinária é causada por bactérias que vivem entre a vagina e o ânus. A complicação acontece quando essas bactérias migram para a bexiga, podendo até chegar aos rins. Quando isso acontece, muito provavelmente irá surgir uma infecção. Se as bactérias não alcançarem os rins, o problema, conhecido como cistite, fica apenas concentrado na bexiga. Mas se seguirem para os rins, a infecção, nomeada de pielonefrite, se torna mais grave.

Nesse estágio é comum vir acompanhada por febre alta (acima de 37.8°), calafrios e dor na região lombar. No entanto, para evitar complicações sérias, basta começar o tratamento o mais cedo possível. Cerca de 30% das mulheres vão apresentar na vida infecção urinária leve ou grave. Entre os principais sintomas estão: ardência ao urinar, urgência miccional, ou seja, a mulher vai várias vezes ao banheiro fazer xixi, urina avermelhada (com sangue) e dores no “pé da barriga”.

Candidíase: Causada pelo crescimento do fungo Candida albicans, a candidíase é uma infecção vaginal bastante comum entre as mulheres.  Pode ser transmitida pelo contato sexual e a proliferação se dá em virtude da baixa imunidade ou até mesmo por estresse. Essa doença que causa coceira, vermelhidão, dor, queimação e aparecimentos de placas brancas na região genital. Ela pode ser bastante desagradável, mas é fácil de ser tratada.

Síndrome dos ovários policísticos: Atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva. Com início na adolescência, é caracterizada principalmente pela anovulação crônica, hiperandrogenismo com aumento de pelos e acne (predomínio de hormônios masculino) e pela presença de microcistos no ovário na avaliação ultrassonográfica.

Vaginose bacteriana: Causada por um desequilíbrio na flora vaginal com diminuição dos lactobacilos e crescimento de bactérias em que a mais frequente é a Gardnerella vaginalis. Causa corrimento de cor esverdeada ou branco acinzentado com aspecto bolhoso, com odor fétido semelhante à de “ peixe podre”, que piora próximo a menstruação e após a relação sexual , também podendo ser assintomático.

Miomatose Uterina: Tumor benigno que pode causar hemorragias, cólica menstrual de intensidade variável, além de dor ao coito, infertilidade e dor pélvica. Aumento de volume uterino desde pequenos tamanhos até atingir grandes proporções. O diagnóstico é feito através de ultrassom, porém o tratamento depende dos sintomas e tamanho do tumor- pode ser expectante, hormonal e até cirúrgico.

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