A pandemia da Covid-19 é um dos maiores desafios de todos os tempos. Além dos agravamentos gerados na saúde pública, seus efeitos sobre a economia e a sociedade ainda deixam incertezas de quando tudo voltará ao normal. Pior ainda é o impacto na saúde mental das pessoas, pois o isolamento social e o medo de contrair as diversas variantes da doença são fatores que contribuem para o aumento dos casos de depressão.
Segundo o psiquiatra Ângelo Barletta, a depressão é uma síndrome caracterizada pela ocorrência de humor intensamente deprimido a maior parte do dia, além da perda do interesse ou prazer por quase todas as atividades anteriormente prazerosas. Outros quatro sintomas podem durar por até duas semanas seguidas, como alterações no apetite, peso, sono e na desmotivação para a prática de algumas atividade. A falta de energia, sentimentos de culpa, problemas para pensar e tomar decisões e pensamentos recorrentes de morte ou suicídio também são sintomas prevalentes.
De acordo com o médico a depressão é resultado de uma complexa interação de processos biológicos (resposta ao estresse, fatores neurotróficos), psicológicos (personalidade e relacionamentos pessoais), ambientais (dieta, álcool, ritmos biológicos) e genéticos. “Há um tipo chamado de distimia, menos grave, porém bastante duradouro. Outros tipos são o transtorno misto ansioso e depressivo, depressão sazonal, depressão psicótica e depressão catatônica. Quanto à gravidade, são classificadas em leves, moderadas ou graves”, explicou.
O tratamento da depressão compreende a fase aguda, de continuação e a de manutenção, cada uma com objetivos específicos. O especialista afirma que a presença de aspectos psicóticos no transtorno depressivo maior reflete doença grave e é um indicador de mau prognóstico. “Nesse caso, é importante fazer o diagnóstico diferencial com doenças clínicas ou doenças neurológicas e com outros transtornos mentais”, completou.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) relatam que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%. A depressão é uma doença que afeta 4,4% da população mundial. O Brasil é ainda o país com maior prevalência de ansiedade no mundo (9,3%).